domingo, junho 25

Regredindo

Não, não foi engraçado. Tô me sentindo um pouco mongolóide. Será que isso é apelar prá fugir da realidade? Acho que era mais digno quando eu fugia dormindo... O pior é que meus amigos me apoiam nesse tipo de atitude... Deveria eu mudar de amigos? A situação é grave... Seguranças, prendam-me!!! E quebrem minhas pernas...Passem "silvertape" na minha boca.
Acordei. O Marcos tinha dormido aqui, estávamos numa ressaca de comida por causa daquele maldito(e delicioso) rodízio de pizza e sushi. Pobre é uma merda. Vai prá uma parada assim e insiste em comer muito sushi, como se fosse entrada, depois muita pizza como prato principal e de sobremesa dois pedaços de pizza de chocolate, um de banana, dois Romeu e Julieta e um prestígio. Depois aquele chopp que formou uma argamassa no meu estômago... O sal de frutas não causou nem efeito psicológico... Enfim, A Alê chegou e não aguentávamos mais um olhar prá cara do outro. Como o Rio de Janeiro continua lindo, mas já haviamos perdido a praia de tão pesados que estávamos, resolvemos andar na lagoa prá queimar as malditas calorias. Olhamos aquele pedalinho e não resistimos. Nossa, que vergonha! Quando dei por mim já estava lá, no meio da lagoa dentro de um cisnei gigante com a Alê e o Marcos... E o pior, estava me divertindo horrores!!! Ok, passeamos muito de pedalinho, me deu vontade de comer um doce, quando avistei de longe aquele lindo algodão-doce, cor-de-rosa, enoooorme!!! Não resisti. Tudo bem, prá quem andou de pedalinho, comer um algodão doce é um peido prá quem tá cagado. Mas não terminou por aí... O Marcos e a Alê surtaram!!! E me levaram junto a loucura. Agora estava eu, naquela bicicleta tipo um carrinho, que tem volante e cabem 3 pessoas. Com um pouco de vergonha, meio que escondendo minha cara atraz do algodão-doce, o Marcos fazia questão de dar boa noite prá todos que passavam, as pessoas meio com vontade de rir de nós, outras olhando torto, todas com um ponto em comum: Nos achando ridículos... Eu tentava disfarçar, tratando o Marcos como meu irmãozinho deficiente mental, na falta de uma criança como desculpa. Ele até que engana. Do nada, vejo um carinha caminhando pela lagoa e falando no celular... Chegando mais perto, era ELE!!!!! O meu rei de espadas, meu amor, o homem que vai ser meu primeiro esposo!!! ZÉU BRITTO!!! Não resisti e berrei: CARA, EU TE AMOOOOOOOOOOO!!! E ele abriu aquele sorrisão lindo, cheio de dentes(devia ter uns 40 dentes) e deu tchau gritando com sua rouca voz um lindo "olá". Foi um dos momentos mais mágicos da minha vida, o Marcos ria desesperadamente sem saber quem era Zéu Britto, achou que fosse um conhecido meu, pela intimidade como nos falamos... Não esperava que a primeira vez que minha alma gêmea me visse pessoalmente (antes ele só me via em sonhos) seria dentro daquela bicicleta cafona, que todos os turistas cafonas alugam... Não, meu dia não teve nada de engraçado... Não me permito achar nada que fiz engraçado... Mas foi tão bom...

Citação do dia:
"...Dane-se vozinha da razão, não me arrependo por sonhar. Quando a dor passar, escreva aí no seu caderninho: Volto a voar."
nessa Gentile