terça-feira, abril 4
Hoje me flagrei nostálgica. Fazia tempo que não tinha essa sensação. Até porque meus dias atuais são divertidos. Lembrei-me dos meus 12 anos (em 1989, 12 anos era criança) , ri sozinha. Desconfio da pureza infantil... Minha infância foi de condomínio, mas sempre tive uma liberdade legal dentro dele. Tinha o Bruno, meu melhor amigo. Nossa criatividade fluía tanto quando estávamos juntos que chego a pensar que todo mundo deveria ter uma amizade igual. Bruno tinha uma veia artística que eu só imaginava o futuro dele nos palcos de um grande teatro. O prédio era dividido em turmas, mas no fim todos brincávamos juntos. Tinha vezes que todo mundo nos odiava, e num piscar de olhos nos amavam. Quando nos odiavam, não era sem motivo. Nós sabíamos ser muito chatos, estragávamos as brincadeiras, pegávamos no ponto fracos das pessoas, chamando o narigudo de narigudo, o nerd de nerd... Mas também éramos muito engraçados, inventávamos músicas, dançávamos lambada como ninguém, sempre tínhamos uma palavrinha amiga, e em nenhuma festinha podíamos faltar, as pessoas realmente sentiam nossa falta. Lembrei do roteiro que Bruno escreveu, uma megaprodução que nunca saíra do papel. O nome era "Rock Dance", um musical com mais de 80 personagens, e no final todos morriam, daí tinha "Rock Dance II", que continuava no céu. E o detalhe que não se tratava de uma comédia. Ríamos por coisas bobas, passávamos horas e horas só com o cabelo mergulhado na piscina, mastigávamos bombom de boca aberta, subíamos a pedra atráz do prédio, nos apaixonávamos todos os dias por alguém diferente e chorávamos muito pelos respectivos amores... Aliás, adorávamos um drama, chorávamos até se alguém se mudasse do prédio. Continuo amiga de Bruno, mas não como era antes. Hoje ele é advogado, eu faço cinema, ele é casado com uma menina super legal, eu solteira, e moramos em cidades diferentes. Talvez, inconscientemente ele tenha sido minha primeira paixão, bem inconscientemente mesmo...mas bem mesmo... Sinto saudades da época, aquele tempo que achávamos que seríamos melhores amigos prá sempre, que filmaríamos o "Rock Dance" (será que por isso escolhi cinema?), que éramos ingênuos maliciosos, que nosso mundo era o prédio e nossa preocupação era planejar a gracinha do dia seguinte. Mas o melhor de tudo é existir a tal da memória. Alguém falou que é uma ilha de edição. Eu acredito que seja um vídeo cassete ou um dvd, com uma mega projeção, que podemos rebobinar ou passar direto por alguns momentos. E essa projeção que fiz hoje na minha mente foi resumida, com pequenos cortes que o tempo fez.
Recomeçando
Que agonia fiquei por causa do outro blog. Ou sou muito burra, ou não nos demos bem. Escrevia o texto bem no momento da minha maior inspiração e quando ia postar, simplesmente não postava. Daí eu perdia tudo, inclusive a inspiração. Batia no pc, gritava, esperneava, e o que prá mim seria uma terapia se transformou numa neurose...Blogs são como namorados, vc passa um perrengue quando se desfaz, mas nunca é tarde prá recomeçar e se entregar para outro. Então tô aqui...Se esse não me fizer sofrer de novo!
CITAÇÃO DO DIA:
"UMA VEZ POR ANO É PERMITIDO BANCAR O LOUCO"
Sêneca (4 aC-65 dC)
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"UMA VEZ POR ANO É PERMITIDO BANCAR O LOUCO"
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